RESIDENCIAL BIANCA: PAISAGISMO DE ALTO NÍVEL NO PARQUE SÃO JORGE

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

PAISAGISMO EM EMPREENDIMENTOS ECONÔMICOS

Há tempos o paisagismo deixou de ser um privilégio da elite e passou a ser fator fundamental para a valorização de qualquer tipo de empreendimento. Atualmente, é visto não só como um elemento de lazer, mas também como uma maneira de ajudar a dar dignidade às moradias econômicas.

Com o recente lançamento do programa habitacional do governo federal “Minha Casa, Minha Vida”, o mercado imobiliário vê um grande potencial nos empreendimentos voltados para consumidores de renda mais baixa. Para viabilizar o sonho da casa própria, o pacote prevê a construção de um milhão de moradias até 2010, com subsídios de R$ 34 bilhões para famílias com renda de até dez salários mínimos. O programa brasileiro é o início de um processo semelhante ao que ocorreu no México, que, com incentivos do governo, constrói anualmente mais de 750 mil casas para a população menos favorecida e já reduziu pela metade o déficit habitacional do país.

Entretanto, o maior desafio desse tipo de empreendimento é fazer com que seus moradores sintam orgulho de viver lá. É aí que o paisagismo passa a exercer seu papel. De acordo com o arquiteto paisagista Benedito Abbud, que assina projetos como o do Cingapura e de várias outras incorporadoras, “o projeto paisagístico para as moradias populares pode englobar áreas verdes, espaços de recreação para todas as faixas etárias e ambientes de estar com custo reduzido, oferecendo maior qualidade de vida e melhores condições sociais”.

Para a área de lazer, é preciso pensar em atividades que agradem desde as crianças até os avós e animais de estimação. Para os pequenos, recomenda-se a criação de circuitos de brinquedos que desenvolvam a mente e o corpo, além de seqüências de atividades que incentivem o exercício físico. Dessa forma, pode-se trazer naturalmente a socialização, que é um item tão importante e muitas vezes negado às crianças. Outra dica é separar os maiores dos menores com brinquedos que atraiam faixas etárias específicas e, assim, evitar brigas e confusões.

Na opinião de Abbud, “as áreas de recreações nesses empreendimentos são fundamentais para minimizar o tempo que essas crianças passam em frente à televisão ou em jogos competitivos, deixando-os praticar uma atividade aeróbica ao ar livre, o que é de grande valia nessa fase da vida”.

Propor espaços de lazer que atraiam o interesse dos adolescentes é mais complicado, uma vez que eles são, cada vez mais, assediados por drogas e tendem a sair do local onde moram. Esses ambientes têm papel fundamental no entretenimento dos jovens, deixando despreocupadas as mães que precisam se ausentar para trabalhar a fim de sustentar os filhos e a casa.

Elementos como churrasqueiras são muito apreciados, pois, com baixo custo, é possível propiciar uma festa entre a família ou amigos. Já as áreas de estar podem ser usadas tanto por adolescentes nessa fase de troca de segredos, quanto por idosos para descansar e relaxar.

Quanto à vegetação, é possível utilizar, sem custos adicionais, áreas floridas e perfumadas, pomares e plantas que atraem pássaros e borboletas. “Essa é uma forma de trazer a natureza para perto e oferecer maior qualidade de vida a essa população, que tem todo direito à cidadania e de usufruir de uma moradia de qualidade, como forma de compensação aos problemas sociais e demais transtornos existentes nas grandes cidades”, conclui Abbud.

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